domingo, 22 de janeiro de 2012

África em festa

Vencida a expectativa de longos dias de espera, contados, primeiro em centenas, depois em dezenas e até ontem em unidades, aí está o Campeonato Africano de Futebol das Nações com toda a sua magnitude, com toda a sua grandeza competitiva, para ser vivido até à exaustão, à boa maneira das nossas gentes que, na sua forma humilde de ser e de estar, sabem valorizar o belo que há na arte do jogo do pontapé na bola.
Depois de Angola-2010, o continente volta a mergulhar no ambiente da festa futebolística. Dir-se-ia que do Cabo a Argel e do Índico ao Atlântico, a África exulta de alegria, não tivesse o futebol a magia contagiante que tem. Serão, nada mais, nada menos do que 21 dias de emoções até ao limite, com as equipas e seus artistas a procurar mostrar o seu real valor.Ao Gabão e à Guine Equatorial coube o mérito de acolher esta XXVIII edição, naquela que será a segunda co-organização da prova (a primeira foi em 2000 com Ghana e Camarões) desde que se disputou a primeira edição, em 1957, no Sudão.
E, pelo que se constata, os dois países capricharam ao limite no sentido de honrar o compromisso de organização assumido. Em termos competitivos, está dito, esta edição há-de ficar uns furos abaixo das últimas, devido à ausência de selecções de renome, que são, em regra, aquelas que oferecem qualidade e espectáculo à prova. Estamos a falar do Egipto, vencedor das três últimas edições, dos Camarões, da Nigéria e da África do Sul.
Na verdade, a ausência destas selecções, que acabaram mal sucedidas no torneio de qualificação, pode beliscar a qualidade do torneio. Não somos só nós a dizer isso, é opinião de muitos “experts” presentes aqui em Malabo, sede do Grupo B. Mas, há que se dar mérito aos presentes e esperar que eles consigam mostrar que também estão à altura de oferecer qualidade à prova. O certame começa hoje e, como tal, é grande a expectativa. Aliás, este ambiente é próprio, por entre a ambição ganhadora e de umas equipas e a modéstias de outras.
É claro que a campeonato africano ninguém vem em turismo. Mas existem aquelas selecções para quem o único objectivo é a vitória e outras que procuram apenas melhorar os níveis anteriores. Sem Egipto, Camarões e Nigéria, as atenções estão voltadas para o Ghana, finalista da edição passada e também para a Costa do Marfim, que tem dado muito boa conta de si. Mas, pode ser que a prova venha a conhecer outro desfecho.
Pois, existem também candidatos silenciosos, que, não prometendo isto e aquilo, são bem capazes de surpreender. A Guiné Equatorial, por exemplo, mesmo não tendo grande tradição a nível do futebol africano, só pelo facto de se achar na condição de anfitriã, também se diz candidata ao título. É pelo menos isso o que se vai dizendo aqui. É para isso que apontam os apelos à população, toda ela unida à sua selecção.
Mas, para não estarmos aqui com conjecturas de quês e porquês, vamos esperar que o campeonato comece, e logo no desfecho da primeira jornada poderemos já, quiçá, fazer um juízo de valor de quem é quem das 16 equipas que se perfilam na linha de partida. Portanto, os dados estão lançados. A África futebolística vira-se a partir de hoje para as cidades guineenses de Malabo e Bata e gabonesas de Libreville e Franceville. É a festa do futebol que promete preencher os nossos espaços de lazer até que no dia 12 de Fevereiro for entregue o troféu à selecção que fizer por merecê-lo. A festa é de todos...


Jornal dos Desportos

1 comentário:

  1. Amanha primeiro jogo é para vencer. Portugal está todo com Angola

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